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SWV é um sistema para catalogar o trabalho de Siza. Criado à imagem do BWV de Bach, associa uma sigla identificadora (o SWV) a um sistema alfanumérico de raiz cronológica (como na catalogação em opus) que identifica, cronologicamente, cada obra de Siza.

Os trípticos que se seguem oferecem-nos o contexto das possíveis Geografias de Siza barroco.

Siza Baroque - About
Planta Casa António Carlos Siza (Imagem de Arquivo Álvaro Siza, Biblioteca de Arte e Arquivos Gulbenkian, Fundação Calouste Gulbenkian)

“Siza Barroco” é um projecto de investigação que visa pôr em evidência a relação entre a ideia de Barroco e a obra de Álvaro Siza. O Barroco é uma tentativa de reconstruir a razão clássica. O Barroco aspira à complexidade própria das coisas difíceis. O Barroco é elíptico e oval, em termos formais, mas, também, conceptuais. O Barroco é a diferença, mas, também, a repetição que permite essa diferença. Por isso, a exuberância Barroca não é homogénea. Por isso, o excesso Barroco não é sempre dirigido para o excesso material, cromático ou ornamental. O excesso também se coloca ao contrário: Menos é mais (Mies). A preferência pelo mínimo, pelo varietal, pelo monocromático ou pelo desornamentado também é própria do Barroco na arquitectura. Na sua versão mais chã, consubstancia-se pela brancura quase integral, na sua versão mais resplandecente, pela talha dourada.
Enquanto tendência na arte em geral e na arquitectura em particular, o Barroco quer construir um mundo novo com base no antigo que este crê não estar preparado para o presente e o futuro que há-de-vir. As relações entre a arquitectura de Álvaro Siza e o Barroco estão presentes em vários autores que escreveram sobre Siza, além de permanecerem no modo como o próprio Siza, referindo-se ao Porto e a Nasoni em textos escritos, anuncia o seu interesse e empenho em conhecer melhor a arquitectura e a cidade Barrocas.
O que propomos é verificar em Siza (isto é, na sua obra, ou melhor, na sua obra enquanto testemunho do seu pensar a arquitectura e o mundo em que esta se inscreve) a presença das ideias e dos ideais Barrocos, a tal ponto que Siza possa estar mais próximo de Borromini do que da dita arquitectura do nosso tempo, sem que esta condição, de antiguidade e afastamento, a torne inapropriada para o nosso tempo; pelo contrário, mostrando, antes, como a de Siza é uma arquitectura sem tempo.